sexta-feira, 16 de julho de 2010

A Teoria da Paixão...

"Agora, o que se deve julgar é se minha idéia de que o inconsciente está estruturado como uma linguagem permite verificar mais seriamente o afeto da paixão" (Lacan).

Por sua vez, no advento da psicologia, como ciência autônoma, o conceito de paixão logo mergulhou num aglomerado terminológico confuso, onde teve de disputar espaço com o afeto, a tendência, o sentimento, a emoção, a inclinação, o temperamento, sensibilidade, humor... A situação semântica confusa originada disso, aliada ao fato de que da parte da psicanálise o conceito de paixão ainda recebe uma atenção muito aquém do que pode representar frente à pulsão, tudo isso nos obriga a procurar uma estratégia de entrada na arena da paixão, isto é, estabelecer um viés coerente para a integração do conceito de paixão no campo freudiano.
As perguntas logo se impõem: pulsões e paixões pertencem a um mesmo universo tímico? Será possível fazer dialogarem as matrizes patológicas da psicanálise freudiana com a configuração das paixões? Haverá alguma chance de conseguir «compatibilizar» pulsão e paixão, ou de descobrir alguma «simpatia» mútua de origem e de percurso psíquico entre o pulsional e o passional?
No âmbito específico e restrito à psicanálise freudo-lacaniana a procura de respostas parece à primeira vista bastante desconfortável, até mesmo desanimadora. A palavra paixão é um termo praticamente ausente do texto freudiano, e não tem direito nem à entrada como verbete num «vocabulário» da psicanálise
**Os termos entre aspas pedem para ser estimados não na sua 'poética' mas na simples etimologia do radical (PATHOS) e dos prefixos («com» e «sim»), elementos de composição culta (latim e grego) que significam "junção, comunidade. . . ".

AGORA COM MINHAS PALAVRAS DESCREVO...

"Ela está tão apaixonada por mim que não quer saber de mais nada. É por isso que está apaixonada por mim" - li no livro Spunik.

Assim é o estado absorto de paixão... e, acredito, que seja uma das drogas mais poderosas do universo... e também das que se paga o preço mais elevado...

Eu passei o a semana quase toda... dormir, trabalhar, ministrar muito... ando às voltas com a carta da razão, ando à volta com o tema... acho que ando à volta!!
E dormir, de repente, pereceu-me uma necessidade imensa. É um espécie de pausa da vida.

Eu sempre tive as minhas teorias, aquelas cientificamente "incomprováveis", emocionalmente prováveis e muito provavelmente... aquelas que no dia seguinte contesto e juro a pés juntos "eu não pensei isto"...
Sorry, sou assim! Mas, tal como um monte de teorias de cientistas são irrealistas e desprovidas de sentido, são contestadas por outras que "provam" que são melhores... bom... eu também tenho as minhas... as de hoje e agora... amanhã... logo se vê!

Não fiz experiênca de laboratório, nào tenho estudos, nada de verdades absolutas, nem diplomas e títulos... na verdade tenho apenas alguma troca de impressões com pessoas ainda mais estranhas que eu ... ok, não deve ajudar... mas pronto! Foi isso o que ela me fez!

Enfim... mas em jeito de conclusão... "porque uma pessoa se apaixona por outra pessoa e fica como que hipnotizada, sem querer saber de mais nada?"...

Acho que a resposta está na colisão das retinas. É, das retinas! Tão simples e complicado como isto! Ver, olhar e fixar, são coisas completamente diferentes... Vemos muita coisa, olhamos só para o que nos desperta a atenção, e fixamos apenas o que nos apaixona. Quando quatro retinas, no mesmo segundo, se fixam há uma espécie de bloqueio cerebral, a retina detecta essencialmente variações de luminosidade, e há uma espécie de apagão, nada mais à volta interessa...só isso! Simples assim. Mas se pensarmos bem... não é vulgar acontecer... :)

Escrever com razão é a coisa mais dificil que me podiam pedir... e, confesso, estou a sofrer com ela... vou ouvindo músicas para ver se vejo uma luz, se encontro as retinas brilhantes para me hipnotizar (again), se me inspiro... e vou pensando na quantidade de retinas que se cruzam diariamente, umas na busca de outras, outras fugindo, outras fingindo... se este desencontro é suficiente para uma carta de razoável razão... sem raiva ou ódio, apenas um lamentar sobre um desvio de retinas. Pela falta das minhas, as que me bloquearam por instantes únicos e insubstituíveis (definitivamente parece-me que estarei nos piores trabalhos desta vez).

Aquelas duas retinas que ainda fixam ofuscadas outras duas às sua frente e percebem, impotentes, que em resposta, já só existe um breve olhar.

I really can't take my eyes of you...

2 comentários:

Brendo disse...

Boa teoria sobre a paixão.

Tenha uma boa semana !

Unknown disse...

Elas estao se encontrando diariamente, mas talvez, elas estejam querendo muito mais... O desencontro por mais que momentaneo se torna doloroso.

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